Ele acordou, mais uma noite na qual não conseguiu dormir direito, debaixo do chuveiro ele começou a se questionar, queria entender por que ela sempre o perseguia? O que estava acontecendo a ele? Varou noites acordado pensando nela e sempre que conseguia dormir, ele sonhava com a noite do seu primeiro encontro, aquele parque de diversões, os shows, a noite clara de céu limpo, a noite em que seu coração mudou...
Boca seca, coração disparado
Quem era o anjo ao seu lado?
Cabelos negros, olhar de sedução
Curvas corporais que são sua tentação
Quais instintos naquele pobre coração desperta-te?
A vontade de que em sua cama deitaste.
Pele corada, macia como pêssego
Olhos negros, como o breu que o cercou
Sentiu seu cheiro exalando sossego
Foi a doce sensação que lhe marcou
A sensação doce de sua boca
Ouvindo a força delicada da sua voz
Como moeda que se deu ao Caronte*
Para que o levasse mais veloz
Como descrever a sua fronte?
Quando olhava com uma sensação louca
E como ter em seus braços? Ou morder seu pescoço?
Ouvir o ritmo apaixonante do seu coração...
Mas com todo seu esforço
Preferiu não esboçar nenhuma reação
Preferiu deixar tudo ficar subentendido...
Quanto tempo mais? Quantos dias mais haveriam? Cansou, cansou de sonhar, de imaginar, de viver em prol daquilo, mas como em toda noite fria, ele sabia que ela não sairia tão cedo de sua vida.
Pedro P.H.D
* Caronte: Na mitologia grega ele era o barqueiro que levava as almas para o mundo dos mortos, mediante um pagamento.
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